A liquidação do Banco Master, decretada recentemente pelo Banco Central, terá consequências que vão além dos investidores diretos — e, segundo analistas, toda a sociedade poderá acabar arcando com parte do prejuízo.
Segundo o economista Roberto Luis Troster — da consultoria Troster & Associados e ex-economista-chefe da Febraban — o colapso do banco revela um padrão em que “os lucros são privatizados e os prejuízos socializados”. O FGC (Fundo Garantidor de Crédito) deverá cobrir grande parte dos resgates de investidores, mas esse custo recairá sobre os demais bancos, seus clientes e o sistema financeiro como um todo.
O que diz o economista
Troster afirma que, além dos aproximadamente R$ 40 bilhões que o FGC deverá desembolsar para cobrir os investidores do Master, há outros agentes que também perderam recursos — e que, no fim, o custo será distribuído.
A estrutura de contribuição do FGC depende das instituições financeiras associadas a ele. Para compensar esse resgate recorde, os demais bancos — e por extensão seus correntistas e investidores — deverão arcar com aportes adicionais.
Outro especialista, Alexandre Jorge Chaia (do Insper), explica que os bancos tendem a repassar esse custo aos clientes de forma indireta: reduzindo rendimentos de investimentos ou elevando tarifas.
Por que o “pagaremos todos”
O FGC, responsável por reembolsar os investidores do Master, será drenado em cerca de um terço de seus recursos disponíveis. Isso pode aumentar a pressão por novas contribuições dos bancos associados — e esses custos, por sua vez, tendem a ser repassados aos clientes.
A quebra do Master prejudica não apenas quem tinha CDBs ou investimentos diretamente na instituição, mas também pode elevar o custo de crédito e reduzir a oferta de investimentos seguros no país — afetando todo o sistema financeiro.
O recado para investidores e a sociedade
O colapso do Master expõe fragilidades na regulação financeira e mostra que crises bancárias, mesmo localizadas, podem ter efeitos sistêmicos — atingindo quem nem tinha relação direta com o banco. O cenário exige mais cautela de investidores, além de um debate sobre a necessidade de reformas no sistema de garantias como o FGC.
Fontes: Correio Braziliense, Terra, Bnews, Infomoney, Economia em Pauta.
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