Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), os países das Américas — incluindo o Brasil — enfrentam uma crise persistente de escassez de profissionais de saúde, especialmente médicos, enfermeiros e agentes comunitários. Esse cenário, que se agravou com a pandemia de COVID-19, ainda impacta o funcionamento dos sistemas públicos de saúde em 2025.
Causas principais da escassez
Distribuição desigual de profissionais:
Grandes centros urbanos concentram a maioria dos médicos e especialistas.
Cidades pequenas, áreas rurais, comunidades indígenas e regiões da Amazônia legal têm déficit crônico de profissionais.
Baixos salários e falta de incentivos:
Em muitas regiões, a remuneração é incompatível com o custo de vida e com os desafios enfrentados no atendimento.
Falta de condições adequadas de trabalho:
Profissionais relatam carência de insumos, infraestrutura precária e sobrecarga de atendimentos.
Fuga de profissionais qualificados para o exterior:
Muitos médicos brasileiros e latino-americanos buscam oportunidades na Europa e nos EUA.
Dados relevantes
A OPAS estima que a região das Américas tem um déficit de cerca de 6 milhões de profissionais de saúde.
No Brasil, o número de médicos por mil habitantes é de aproximadamente 2,4, mas em estados como o Amapá e o Maranhão essa taxa cai para menos de 1,5 — muito abaixo da média recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é 3 médicos por mil habitantes.
Soluções em curso
O Brasil tem adotado diversas estratégias para enfrentar esse problema:
Programa Mais Médicos:
Envia médicos para regiões vulneráveis, mesmo sem revalidação do diploma estrangeiro, em caráter emergencial.
Valorização da Atenção Primária:
O governo está ampliando os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e os incentivos para equipes multiprofissionais.
Formação regionalizada:
Universidades federais passaram a oferecer cursos de medicina no interior para fixar profissionais na própria região.
Telemedicina e tecnologia:
A expansão da telemedicina tem permitido que especialistas atendam remotamente em locais isolados.
Desafios persistem
Apesar dos avanços, o país ainda precisa:
Ampliar políticas de fixação de médicos no interior, com mais segurança, moradia e planos de carreira.
Investir em infraestrutura hospitalar e educação continuada.
Garantir proteção e valorização de enfermeiros, técnicos e agentes comunitários, que são essenciais no atendimento primário.
Comentários
Ultimas notícias
