A estatal Correios estima que a despesa com pessoal alcançará R$ 15,1 bilhões em 2025 — valor que representará cerca de dois terços dos gastos correntes da empresa. A cifra reflete uma combinação de salários e benefícios extras que vão além do mínimo exigido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O aumento nos custos resulta de um acordo coletivo de trabalho (ACT) celebrado em 2023 com as federações que representam os trabalhadores. Esse acordo prevê — entre outros direitos extras — gratificação de 70% nas férias (frente ao padrão de 33% previsto pela CLT), pagamento de hora tripla em domingos e feriados, vale-refeição diário incluso em férias ou afastamentos, auxílio para dependentes com deficiência, licença-saúde prolongada enquanto o funcionário recorre de decisão do INSS, entre outros benefícios.
Segundo dados da empresa, em 2024 a despesa com pessoal foi de R$ 14,5 bilhões — equivalente a 62,8% dos custos operacionais. Para 2025, a estimativa é que essa fatia suba a 65,8%, num contexto em que a receita da empresa tem caído.
A gestão da estatal apontou a necessidade de revisar o acordo trabalhista para reduzir despesas, mas enfrenta resistência dos sindicatos. Como parte do plano de reestruturação, os Correios planejam oferecer um programa de demissão voluntária (PDV) que, até 2027, poderá cortar cerca de 15 mil empregos — o que, segundo projeções internas, poderia reduzir o custo com pessoal de forma significativa.
Fontes: Jornal de Brasília, Boletim Nacional sobre o impacto de custos com pessoal e benefícios na reestruturação dos Correios.
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