A Comissão de Anistia, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, concedeu perdão político e reparação financeira ao ex-jogador do Atlético Mineiro, José Reinaldo Lima, reconhecendo que ele foi alvo de perseguição durante o regime militar. A decisão foi tomada de forma unânime na 10ª Sessão de Turma da Comissão.
O relatório aprovado aponta que Reinaldo foi monitorado pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) entre 1978 e 1986. Ele também sofreu represálias no âmbito esportivo, incluindo campanhas de difamação e vigilância constante, que limitaram sua carreira e oportunidades na Seleção Brasileira.
Um dos símbolos de sua resistência foi o gesto de punho cerrado para comemorar gols — inspirado no movimento dos Panteras Negras. Esse gesto, interpretado como “subversivo” pelos militares, teria contribuído para sua exclusão de convocações importantes, como a Copa de 1982.
Além do reconhecimento como anistiado político, Reinaldo receberá uma indenização de R$ 100 mil, paga em parcela única, conforme decisão da comissão. Para as autoridades, o caso serve como alerta de que a repressão da ditadura alcançou também o esporte, silenciando vozes críticas. A reparação simboliza compromisso com a memória, a verdade e a justiça histórica.
Fontes: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (Comissão de Anistia), Veja, O Tempo, iG, Correio Braziliense, Lance, Brasil 247.
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