O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi condenado nesta quinta-feira, 25 de setembro de 2025, a cinco anos de prisão por conspiração criminosa no caso que investigou o suposto financiamento ilegal de sua campanha presidencial de 2007 com recursos provenientes do regime de Muammar Gaddafi, então líder da Líbia. Esta é a primeira vez que um ex-presidente francês é sentenciado a cumprir pena de prisão efetiva.
O tribunal de Paris considerou que Sarkozy autorizou assessores próximos a buscar apoio financeiro junto ao regime líbio em troca de favores diplomáticos, incluindo a reintegração da Líbia na comunidade internacional e a possível absolvição de um aliado de Gaddafi condenado por atentado terrorista. Embora não tenha sido comprovado que os recursos chegaram diretamente à campanha, o tribunal concluiu que a ação configurou uma conspiração criminosa.
Apesar de ter sido absolvido das acusações de corrupção passiva e malversação de fundos, Sarkozy, de 70 anos, afirmou que recorrerá da sentença, classificando-a como uma "humilhação nacional" e uma "injustiça pessoal". Ele também criticou o sistema de justiça francês, alegando que a decisão foi politicamente motivada.
Além de Sarkozy, outros envolvidos no caso também foram condenados. Brice Hortefeux, ex-ministro do Interior, recebeu uma pena de dois anos de prisão domiciliar com monitoramento eletrônico. Claude Guéant, ex-secretário-geral do Eliseu, foi sentenciado a seis anos de prisão, com a execução da pena suspensa por motivos de saúde.
O caso remonta a 2011, quando surgiram alegações de que a Líbia havia financiado ilegalmente a campanha de Sarkozy. Embora documentos apresentados como evidência tenham sido considerados falsificados, o tribunal manteve a condenação com base em outros elementos do processo.
Sarkozy já enfrentou outras condenações nos últimos anos, incluindo uma sentença de três anos de prisão por corrupção e tráfico de influência em 2021, relacionada ao caso conhecido como "escutas telefônicas". Apesar dos desafios legais, ele continua sendo uma figura influente na política francesa, especialmente entre os conservadores.
Fontes:
Associated Press
Reuters
The Guardian
El País
Veja
CNN Brasil
Terra
Expresso.pt
Comentários
Ultimas notícias
