Após intensa repercussão negativa entre economistas, parlamentares e entidades do setor produtivo, o governo federal anunciou nesta sexta-feira (23) um recuo parcial no aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida, originalmente prevista para entrar em vigor ainda este mês, foi parcialmente revista após críticas quanto ao seu impacto sobre a classe média e a atividade econômica.
A medida contestada
O aumento do IOF havia sido proposto como forma de elevar a arrecadação federal em um cenário de pressão fiscal. As novas alíquotas afetariam principalmente operações de crédito, câmbio e seguros — especialmente o crédito ao consumidor, como empréstimos pessoais e financiamentos.
A proposta previa elevação da alíquota de 0,0082% ao dia para 0,0112% ao dia em operações de crédito para pessoas físicas, o que, na prática, encareceria o custo de empréstimos, afetando diretamente famílias endividadas.
Recuo e reavaliação
Diante da forte reação negativa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo irá revisar a proposta. Em entrevista coletiva, Haddad afirmou que a intenção era “corrigir distorções e aumentar a justiça tributária”, mas reconheceu que o momento “não é adequado para aumentar a carga sobre os mais vulneráveis”.
“Vamos manter o diálogo com o Congresso e com os setores atingidos para encontrar alternativas que garantam a arrecadação sem penalizar quem já enfrenta dificuldades econômicas”, declarou o ministro.
Repercussão no Congresso e no mercado
A decisão foi bem recebida por líderes partidários e representantes do setor financeiro. O presidente da Câmara, Arthur Lira, havia se posicionado contra a proposta, afirmando que “não há espaço para aumento de impostos que penalizem o consumidor final”.
Entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também manifestaram apoio ao recuo e destacaram a importância de um ambiente econômico estável para a retomada do crescimento.
No mercado, o anúncio foi visto como positivo. O índice Ibovespa subiu levemente após a fala do ministro, e o dólar teve uma queda moderada, refletindo maior confiança na condução da política fiscal.
Próximos passos
O governo deve agora apresentar uma nova proposta de reestruturação do IOF ou buscar alternativas de arrecadação que não envolvam aumento direto sobre o consumo ou o crédito. A expectativa é de que novas negociações ocorram nas próximas semanas com o Congresso Nacional.
Fontes:
UOL Notícias: https://noticias.uol.com.br/
Agência Brasil: https://agenciabrasil.ebc.com.br/
CNN Brasil: https://www.cnnbrasil.com.br/
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