A ativista sueca Greta Thunberg afirmou ter sido vítima de tortura durante sua detenção por forças israelenses após a interceptação da Global Sumud Flotilla, uma missão humanitária destinada a entregar ajuda à Faixa de Gaza. Em uma coletiva de imprensa realizada em Estocolmo, Thunberg relatou que ela e outros detidos foram "sequestrados e torturados", sendo confinados em pequenas celas, ameaçados com gás venenoso ao solicitarem atendimento médico e privados de água potável limpa. Ela enfatizou que, embora a experiência tenha sido traumática, ela reconhece que a situação enfrentada pelos palestinos em Gaza é ainda mais grave.

Thunberg estava a bordo do navio Madleen, que partiu de Catânia, na Sicília, com destino a Gaza, transportando suprimentos como arroz, farinha, leite em pó, fraldas e equipamentos médicos. O navio foi interceptado pela Marinha israelense em 9 de junho de 2025, em águas internacionais do Mar Mediterrâneo, e levado para o porto de Ashdod. Israel alegou que a operação foi realizada sob autoridade israelita, enquanto os organizadores da flotilha denunciaram o incidente como um "ataque" e "embarque ilegal".

Além de Thunberg, outros ativistas, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, foram detidos e relataram abusos durante a detenção. Ávila, que possui cidadania dupla (argentina e italiana), foi mantido em confinamento solitário após iniciar uma greve de fome em protesto contra as condições de detenção. Ele foi liberado e deportado para o Brasil em 12 de junho de 2025.

O governo sueco afirmou que está levando a sério as alegações de Thunberg e está investigando o caso. O primeiro-ministro Ulf Kristersson destacou que o Ministério das Relações Exteriores da Suécia está conduzindo uma investigação, mas observou que o governo não pode agir com base apenas em testemunhos. Ele enfatizou que os cidadãos suecos devem ser tratados com dignidade, independentemente das circunstâncias.

Israel, por sua vez, negou as acusações de tortura e afirmou que os detidos foram tratados de acordo com a lei, com acesso a alimentos, água, banheiros e assistência jurídica. O governo israelense rotulou a flotilha como uma "encenação publicitária" que apoia o Hamas.

O incidente gerou críticas internacionais, com membros do Parlamento Europeu exigindo a liberação imediata dos ativistas detidos, qualificando as ações israelenses como sequestros e violações do direito internacional.

Fontes:
Reuters; Poder360; Agência Brasil; Omni; Al Jazeera.