A inadimplência no Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), programa criado pelo governo federal para ampliar o acesso ao ensino superior, alcançou níveis alarmantes em 2025. Segundo dados divulgados neste domingo (1º), cerca de 60% dos contratos ativos estão em situação de inadimplência, revelando uma crise crescente entre os estudantes que recorreram ao financiamento público.

O número representa o maior índice de inadimplência da história do programa e levanta um alerta tanto para as instituições de ensino quanto para o governo federal, que enfrenta o desafio de manter o equilíbrio financeiro do FIES ao mesmo tempo em que busca garantir o acesso à educação superior.

De acordo com especialistas, a combinação de fatores econômicos adversos, como o alto índice de desemprego entre jovens recém-formados e o custo de vida elevado, tem impactado diretamente a capacidade dos beneficiários de honrar os pagamentos.

Além disso, a falta de políticas eficazes de renegociação da dívida e de acompanhamento do estudante durante a formação e após a conclusão do curso contribuem para a permanência do problema. Muitos estudantes relatam dificuldades em conseguir emprego na área de formação ou recebem salários insuficientes para arcar com as parcelas mensais do financiamento.

A situação exige atenção urgente do Ministério da Educação e do Governo Federal, que já estudam medidas para reformular o modelo atual do FIES. Entre as alternativas discutidas estão a ampliação dos prazos de carência, a criação de mecanismos de perdão parcial da dívida para estudantes de baixa renda e a reestruturação dos critérios de concessão.

A crise no FIES também reabre o debate sobre a necessidade de políticas públicas mais robustas para garantir a permanência e o sucesso dos estudantes no ensino superior, especialmente para aqueles em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Fonte:
"6 em cada 10 contratos do Fies estão com pagamento atrasado" – O Estado de S. Paulo, edição digital de 1º de junho de 2025. Disponível em: digital.estadao.com.br