Apesar de enfrentar sérios problemas econômicos, a Finlândia foi novamente considerada o país mais feliz do mundo — e este é o oitavo ano consecutivo em que lidera o ranking do World Happiness Report.
Economia em baixa, mas bem-estar em alta
O país atravessa um momento difícil. A economia está praticamente estagnada, com previsão de crescimento de apenas 0,3% para 2025 — abaixo dos 0,4% registrados em 2024. O desemprego voltou a subir, alcançando cerca de 10,3% em outubro; entre jovens de 15 a 24 anos, o índice é ainda mais grave: 22,4%. As finanças públicas se mostram frágeis, o que levou o governo a decretar cortes em benefícios sociais importantes, como seguro-desemprego, auxílios de moradia e parte dos serviços de saúde.
No entanto, mesmo com esse cenário adverso, a nota média atribuída pelos finlandeses à própria vida permaneceu alta: 7,736 numa escala de zero a dez. Isso foi o suficiente para garantir — mais uma vez — o topo do ranking mundial de felicidade.
Por que os finlandeses continuam felizes
Especialistas apontam que a felicidade de um país não depende apenas de números econômicos ou de indicadores de crescimento. No caso da Finlândia, o que prevalece é a resiliência social — construída a partir de fortes redes de apoio, confiança nas instituições, senso de comunidade e uma cultura de bem-estar profundamente enraizada.
Para muitos moradores, os cortes recentes não diminuíram o sentimento de segurança e pertencimento. Alguns afirmam que, ainda que sem emprego, sentem-se amparados pela estrutura social do país. Outros recorrem a espaços comunitários — como as tradicionais saunas públicas — onde a igualdade e a convivência fortalecem os laços sociais.
Um contraste que chama atenção
A liderança da Finlândia no ranking de bem-estar ganha ainda mais destaque diante do contexto nacional adverso: crise econômica, desemprego elevado e cortes de benefícios sociais. Esse contraste evidencia que, em escala coletiva, fatores subjetivos — como coesão social, confiança e identidade coletiva — podem superar os impactos negativos da crise econômica.
Fontes: Reuters, Forbes Brasil, World Happiness Report 2025.
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