Em entrevista recente, Paula Fernandes refletiu sobre sua trajetória no universo sertanejo e afirmou que, por muitos anos, sentiu-se como um “boi de piranha” — expressão usada para descrever alguém que é sacrificado ou exposto para abrir caminho a outros. A cantora explicou que enfrentou dificuldades intensas no início da carreira, especialmente relacionadas ao machismo presente no meio musical.
Segundo ela, sua imagem frequentemente recebia mais atenção do que seu talento. Comentários sobre aparência, roupas e até gestos simples acabavam ofuscando seu trabalho como intérprete e compositora. Paula destacou que esse tipo de julgamento era recorrente e que mulheres no sertanejo tradicionalmente sofreram para conquistar reconhecimento em pé de igualdade com os homens.
Vivendo agora uma nova fase artística, a cantora lançou recentemente o EP SIMPLESmente, EU, marcado pelo resgate de suas raízes musicais. O projeto inclui músicas inéditas e releituras que dialogam com temas como superação, vulnerabilidade e reencontro pessoal. Paula também retomou elementos visuais de sua fase inicial, como o cabelo cacheado e o estilo mais simples, numa tentativa de reconectar-se com o que chama de sua “verdade artística”.
Além do lançamento, Paula tem usado sua visibilidade para comentar a pouca presença feminina no sertanejo. Ela afirma que ainda existem barreiras importantes, mas acredita que há espaço para mais mulheres conquistarem projeção nacional. Para ela, embora o mercado tenha evoluído, a luta por representatividade continua sendo um ponto central em sua trajetória e em seu discurso.
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