O Pentágono anunciou que abriu uma investigação contra o senador norte-americano Mark Kelly, capitão aposentado da Marinha e ex-astronauta, após ele participar de um vídeo no qual incentivava membros das Forças Armadas a recusarem “ordens ilegais”. O Departamento de Defesa informou que avalia alegações de má conduta e que, se necessário, pode convocar Kelly de volta ao serviço ativo para submetê-lo a um corte marcial ou aplicar outras medidas administrativas.
O vídeo, divulgado em 18 de novembro, reuniu seis parlamentares democratas — todos com histórico militar ou de inteligência — e gerou forte reação do governo. O secretário de Defesa qualificou a iniciativa como “desprezível, imprudente e falsa”, afirmando que incentivar tropas a ignorar comandantes compromete a disciplina militar.
A ala mais linha-dura do governo também criticou a ação. O ex-presidente Donald Trump acusou Kelly e os outros legisladores de sedição, afirmando que o crime seria “punível com a morte”.
Mark Kelly considera a ameaça de caráter político e declarou que não será suficiente para silenciá-lo. Ele destacou sua carreira militar e como astronauta, afirmando que não cederá a “intimidações de quem prioriza o poder em vez da Constituição”.
Especialistas em direito militar e constitucional questionam a viabilidade legal da medida. Apesar de Kelly ser o único entre os seis a ter se aposentado da Marinha, nunca se viu um parlamentar ativo sendo convocado à força para corte marcial. Argumenta-se que ele poderia buscar uma liminar, e que os comentários públicos do secretário de Defesa poderiam caracterizar “influência indevida de comando”, comprometendo a imparcialidade de um julgamento.
Este episódio representa uma das confrontações mais graves entre o Congresso e o Pentágono em anos recentes, levantando questões sobre liberdade de expressão, separação de Poderes e o papel das Forças Armadas numa democracia.
Fontes: Reuters, AP, The Guardian, Malay Mail, The Straits Times.
Comentários








