Natal (RN) – 10 de maio de 2025
A Polícia Federal (PF) revelou um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no qual associações de aposentados e uma funerária forjavam mortes para lavar dinheiro proveniente de descontos indevidos em benefícios previdenciários. A operação, denominada "Sem Desconto", estima um prejuízo de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
As investigações apontam que entidades como a Caixa de Assistência aos Aposentados e Pensionistas (Caap) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (Aapen) transferiram milhões de reais para a Global Planos Funerários, localizada no Ceará. Segundo a PF, os valores repassados seriam suficientes para custear milhares de funerais, número incompatível com a realidade, indicando a utilização da funerária para lavar dinheiro oriundo de descontos fraudulentos em benefícios do INSS .
A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens de 12 entidades envolvidas, visando ressarcir os aposentados e pensionistas lesados . Paralelamente, o INSS instaurou investigações internas contra essas associações para apurar as irregularidades .
A operação resultou no afastamento de servidores do alto escalão do INSS, incluindo o ex-presidente Alessandro Stefanutto. Além disso, a Controladoria-Geral da União (CGU) suspendeu todos os descontos associativos nos benefícios previdenciários e reteve os valores que seriam repassados em maio .
O escândalo, apelidado de "Farra do INSS", mobilizou o Congresso Nacional, que discute a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para aprofundar as investigações sobre o caso .
As autoridades continuam as investigações para identificar todos os envolvidos e recuperar os recursos desviados, visando restabelecer a integridade do sistema previdenciário brasileiro.
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