As autoridades do Banco Central da Rússia e do Fundo Nacional de Riqueza começaram, pela primeira vez, a vender ouro físico das reservas do país. A medida é motivada pelo aumento do déficit fiscal e pela queda nas receitas de petróleo e gás, agravadas pelas sanções internacionais.
Por que vender ouro agora
A Rússia vinha acumulando ouro como reserva estratégica. Com a escassez de moeda forte, o metal passou a ser uma das poucas reservas líquidas viáveis. A liquidação busca gerar liquidez para manter o funcionamento do governo, sustentar o rublo e cobrir o déficit orçamentário, que disparou em 2025.
Escala da operação
Estima-se que as vendas neste ano possam atingir cerca de US$ 30 bilhões — equivalentes a aproximadamente 230 toneladas de ouro. Para 2026, há previsão de pelo menos US$ 15 bilhões, cerca de 115 toneladas. No Fundo Nacional de Riqueza, o ouro acumulado caiu de 405,7 toneladas antes da guerra para cerca de 173,1 toneladas em novembro de 2025, uma redução de 57%. Apesar disso, a Rússia ainda mantém reservas superiores a 2.300 toneladas, estando entre os países com maior quantidade de ouro no mundo.
Consequências e riscos de longo prazo
A medida fornece liquidez, ajuda a estabilizar o rublo e reduz a dependência de reservas cambiais congeladas no exterior. Por outro lado, ao esgotar reservas estratégicas, o país limita sua margem de manobra financeira futura, tornando-se mais vulnerável a choques externos e com menor capacidade de reagir a novas crises.
Fontes: The Moscow Times, Euromaidan Press, SZRU, UNN.
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