Washington, 27 de maio de 2025 — Em meio a uma política migratória cada vez mais rígida implementada durante o governo Trump e mantida em partes pelos sucessores, muitos venezuelanos residentes nos Estados Unidos vêm optando pela autodeportação — a decisão voluntária de deixar o país diante da dificuldade de regularização e dos riscos de deportação compulsória.
Segundo dados recentes do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), o número de venezuelanos que solicitam retorno voluntário ao país natal cresceu cerca de 40% nos últimos seis meses. A medida é resultado das barreiras para obtenção de vistos, restrições a pedidos de asilo e o endurecimento das fiscalizações nas fronteiras internas.
Em entrevistas feitas pela CNN Internacional e relatadas pela BBC News, migrantes venezuelanos afirmam que a falta de perspectivas, o medo constante de prisão e deportação, além das condições precárias em abrigos, têm levado muitos a decidir pela autodeportação, mesmo com a crise socioeconômica grave que persiste na Venezuela.
“É doloroso deixar o país, mas a situação aqui ficou insustentável. Muitos preferem voltar a enfrentar dificuldades em casa do que viver em constante incerteza e medo nos EUA”, disse Ana Pérez, uma venezuelana que recentemente optou por retornar ao país.
Organizações de direitos humanos criticam a política migratória americana por não oferecer alternativas seguras para refugiados venezuelanos, que fogem de uma crise política e econômica sem precedentes. “A autodeportação é um sintoma de uma política migratória falha, que deixa os migrantes sem opções”, afirmou um representante da Human Rights Watch à CartaCapital.
O governo americano, por sua vez, justifica as medidas afirmando que busca “controlar fluxos migratórios irregulares” e garantir segurança nacional, mas enfrenta críticas internacionais pelo tratamento dispensado aos migrantes venezuelanos.
Enquanto isso, muitos venezuelanos permanecem em situação precária nos EUA, divididos entre a esperança de regularização e o receio de serem forçados a voltar para um país marcado por instabilidade.
Fontes:
CNN Internacional: https://edition.cnn.com
BBC News: https://www.bbc.com/news
CartaCapital: https://www.cartacapital.com.br
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