Durante a COP30, sediada em Belém, o Brasil intensificou seus esforços para garantir um acordo climático antecipado em temas sensíveis como combustíveis fósseis e financiamento climático, mesmo diante de divergências significativas entre os países participantes.
A proposta brasileira divide as negociações em duas etapas: a primeira, com os pontos mais controversos, deveria ser concluída até quarta-feira; a segunda, com temas pendentes, até sexta. O presidente da conferência, André Corrêa do Lago, demonstrou otimismo de que ao menos o primeiro pacote seja aprovado ainda na quarta-feira, embora admita que isso pode ocorrer tarde.
Nesta terça-feira, a presidência apresentou o texto-base para o acordo final, batizado de “Mutirão Global: unindo a humanidade em uma mobilização global contra as mudanças climáticas”, em referência ao espírito colaborativo que o Brasil deseja imprimir às negociações.
As principais discordâncias envolvem o financiamento climático para países em desenvolvimento, a transição energética e a diferença entre as metas atuais de emissões e o necessário para limitar o aquecimento global. Um dos pontos mais debatidos é a possibilidade de incluir no acordo um compromisso de eliminação gradual dos combustíveis fósseis — item que aparece de forma opcional na minuta, gerando críticas de países mais ambiciosos.
Representantes de nações vulneráveis, como as Ilhas Marshall, afirmam que o texto atual ainda é fraco quanto à retirada de combustíveis fósseis. Por outro lado, diversos países rejeitaram propostas que exigem planos vinculantes para reduzir o uso dessas fontes, alegando custos excessivos.
Diplomatas apontam que ainda há uma ampla gama de divergências que precisa ser superada, embora reconheçam que o esforço brasileiro trouxe ritmo e pressão às negociações. Analistas avaliam que a estratégia do Brasil é ousada: pode acelerar as tratativas, mas também enfrenta o risco de não prosperar sem consenso suficiente.
Fontes:
Money Times / Reuters / Terra / Forbes
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