Diante da intensificação da seca em regiões críticas do país, o governo federal anunciou nesta semana a criação de uma sala de enfrentamento à estiagem. A medida visa coordenar ações emergenciais e prevenir um novo colapso ambiental e humanitário na Amazônia e no Pantanal, biomas que vêm enfrentando recordes de escassez hídrica e aumento de queimadas.
A iniciativa é liderada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em conjunto com outros órgãos como a Defesa Civil, o Ibama, o ICMBio, a ANA (Agência Nacional de Águas) e os ministérios da Integração e do Desenvolvimento Regional. A proposta é integrar os diferentes setores do governo para agilizar diagnósticos, organizar respostas e articular ações preventivas, como abastecimento de água e apoio à agricultura familiar.
Risco de colapso socioambiental
O anúncio da sala de situação ocorre em meio a alertas de pesquisadores e ambientalistas sobre o risco de um colapso socioambiental em diversas áreas da Amazônia e do Pantanal, onde comunidades ribeirinhas, indígenas e agricultores já enfrentam escassez de água potável, dificuldade de navegação e aumento de doenças relacionadas à estiagem prolongada.
A seca severa de 2023 e 2024 afetou o transporte fluvial, causou a morte de peixes e botos, comprometeu o abastecimento em dezenas de cidades e acentuou a vulnerabilidade de populações isoladas. Especialistas apontam que o fenômeno El Niño e o desmatamento têm agravado o cenário de forma cumulativa.
Falta definição sobre recursos
Apesar da mobilização, ainda não há um orçamento definido para as ações emergenciais, o que tem gerado críticas de parlamentares e organizações socioambientais. O governo informou que o detalhamento orçamentário será definido nas próximas semanas, conforme levantamento das prioridades e das demandas locais.
Em entrevista, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a criação da sala de enfrentamento é um passo necessário para impedir um desastre anunciado, mas reconheceu a urgência de garantir recursos: “Não podemos esperar o colapso. Precisamos agir antes que os danos se tornem irreversíveis”, declarou.
Fontes:
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima
Defesa Civil Nacional
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