O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu oficialmente a COP30 em Belém, no Pará, com um discurso enfático contra o negacionismo climático e as “forças extremistas” que, segundo ele, fabricam mentiras para sustentar modelos econômicos insustentáveis. A conferência, sediada pela primeira vez na Amazônia, marca um momento simbólico para o debate ambiental global e reforça o papel do Brasil como anfitrião e protagonista nas negociações climáticas.

Lula chamou a COP30 de “a conferência da verdade” e afirmou que chegou a hora de os países deixarem de lado a retórica e se comprometerem com ações concretas. O presidente destacou que “não há mais espaço para o negacionismo nem para o discurso vazio”, cobrando transparência e responsabilidade dos líderes mundiais diante do avanço das mudanças climáticas.

A ausência de representantes de alto escalão dos Estados Unidos foi notada e deu tom político à cerimônia de abertura. Lula não citou diretamente o país, mas criticou as nações que “falam de sustentabilidade enquanto aumentam a exploração de combustíveis fósseis”. Ele defendeu uma transição energética justa e afirmou que “o planeta não suporta mais o uso intensivo de petróleo, carvão e gás”.

O presidente brasileiro também fez um apelo para que todos os países apresentem suas novas metas de redução de emissões, conhecidas como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Segundo ele, sem esses compromissos claros, “o planeta anda às cegas”. Lula reforçou que as nações mais ricas, historicamente responsáveis pela maior parte das emissões, devem assumir o peso da transição verde e ajudar financeiramente os países em desenvolvimento.

A COP30 acontece em um contexto de crescente tensão geopolítica e desaceleração dos compromissos climáticos. Lula alertou que conflitos armados e disputas econômicas estão desviando recursos e atenção das urgências ambientais, lembrando que “a humanidade está em risco se continuar adiando decisões que já deveriam ter sido tomadas”.

Com esse discurso, Lula busca reposicionar o Brasil como líder climático global e porta-voz da Amazônia, defendendo uma agenda que combina preservação ambiental, justiça social e responsabilidade internacional.

Fontes: Reuters, El País, EFE, AP News, Le Monde, COP30 Brasil.