O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a criticar duramente os Estados Unidos ao chamar as forças norte-americanas de “corsários” após a terceira apreensão de um petroleiro venezuelano no Caribe. A reação de Maduro ocorre em meio a uma intensificação das operações de fiscalização marítima conduzidas pelos Estados Unidos e aliados, que vêm interceptando embarcações ligadas à Venezuela sob a justificativa de coibir atividades ilícitas como evasão de sanções e contrabando de petróleo.
Segundo o governo venezuelano, o último navio apreendido estava transportando combustíveis e foi detido em alto mar por uma ação direta de forças estadunidenses. Em pronunciamento oficial, Maduro denunciou a operação como uma “ação de pirataria moderna” e afirmou que os EUA agem como corsários, comparando as interceptações a práticas de saque e apropriação indevida de bens de um Estado soberano.
A apreensão já é a terceira envolvendo petroleiros registrados na Venezuela nos últimos meses. Autoridades em Caracas qualificam essas ações como uma violação do direito internacional e uma agressão à economia venezuelana, que enfrenta severas restrições financeiras e dificuldades para escoar sua produção de petróleo diante de sanções impostas pelos EUA e por outros países ocidentais.
Por outro lado, fontes ligadas ao governo dos Estados Unidos defendem que as operações no Caribe têm como objetivo garantir a segurança marítima e impedir a utilização de embarcações para atividades que burlam sanções econômicas ou financiam grupos ilícitos. Washington tem reforçado a presença naval na região como parte de uma estratégia mais ampla de fiscalização do tráfego internacional de combustíveis e produtos derivados de petróleo.
A tensão diplomática entre Caracas e Washington em torno dessas apreensões reflete o cenário geopolítico tenso entre os dois países, marcado por disputas sobre sanções, direitos de produção e exportação de petróleo, e influência política na América Latina. A Venezuela, um dos maiores produtores de petróleo do mundo, tem criticado repetidamente as medidas dos EUA e buscado apoio de aliados como Rússia, Irã e China para contornar as restrições e manter sua economia em funcionamento.
Fontes:
Reuters; Associated Press; Al Jazeera English; Telesur; BBC News; The New York Times; AP News; El País.
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