Brasília, 29 de maio de 2025 – O Supremo Tribunal Federal (STF) ouviu nesta quinta-feira (29) diversas testemunhas no âmbito da investigação que apura a possível tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os depoentes estavam figuras de destaque como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas; o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Defesa, general Walter Braga Netto.
A investigação, que corre sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, tem como base mensagens, documentos e depoimentos que apontam para uma suposta articulação dentro do governo Bolsonaro visando impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, após as eleições de 2022.
Depoimentos estratégicos
Segundo fontes ligadas ao STF, os depoimentos desta quinta-feira foram considerados “estratégicos” para esclarecer a extensão do envolvimento de aliados do ex-presidente nos planos para um possível golpe. Tarcísio de Freitas, que foi ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro, negou qualquer participação ou conhecimento de plano semelhante, afirmando que sua atuação sempre respeitou os limites democráticos.
Já o ex-ministro Pazuello, atualmente deputado federal, prestou depoimento em tom cauteloso, afirmando não ter presenciado reuniões que discutissem ruptura institucional, mas admitiu que havia "preocupação com o cenário eleitoral" entre militares da ativa e da reserva.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também negou qualquer articulação golpista no partido, mas reconheceu que houve “tensões políticas” durante o período de transição. Braga Netto, por sua vez, manteve a postura reservada e evitou entrar em detalhes sobre reuniões privadas com Bolsonaro.
Investigações em andamento
A operação da Polícia Federal que deu origem à investigação revelou esboços de decretos que poderiam ser usados para legitimar uma intervenção militar, além de mensagens trocadas entre membros do governo e aliados, incluindo militares da ativa e da reserva. O STF busca esclarecer se Bolsonaro teria liderado ou apoiado diretamente tais movimentações.
O ex-presidente nega todas as acusações e afirma que é alvo de “perseguição política”. Ele está atualmente nos Estados Unidos, onde aguarda o desfecho das investigações.
Próximos passos
A expectativa é que novas testemunhas sejam convocadas nas próximas semanas, incluindo outros ex-ministros, assessores e oficiais militares. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acompanha o caso de perto e deve se manifestar sobre eventuais denúncias formais.
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