Washington / Brasília, 14 de maio de 2025 — O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar polêmica ao afirmar, durante uma entrevista em evento conservador na Flórida, que países da América Latina, incluindo o Brasil, em breve precisarão escolher entre manter alianças com os EUA ou se alinhar economicamente à China.
A declaração reacende tensões diplomáticas no continente e foi recebida com cautela por autoridades brasileiras e latino-americanas, que reiteraram o princípio de autonomia nas relações exteriores.
“Não dá para ficar em cima do muro para sempre. A América Latina vai ter que escolher: ou está conosco, ou está com eles (a China)”, afirmou Trump, sinalizando uma possível retomada de sua política de pressão diplomática caso volte à presidência.
🇧🇷 Reação Brasileira: Soberania nas Relações Internacionais
Em resposta à fala de Trump, diplomatas brasileiros destacaram que o Brasil mantém relações estratégicas com ambos os países e que essa posição não representa neutralidade, mas sim autonomia e pragmatismo.
“O Brasil não aceita ser colocado diante de uma escolha forçada entre dois polos. Nosso interesse é nacional, não ideológico”, afirmou um porta-voz do Itamaraty sob condição de anonimato.
A Casa Civil também reforçou, em nota, que o governo brasileiro "prioriza o multilateralismo, o respeito à soberania e a cooperação global em áreas como tecnologia, meio ambiente e comércio."
📉 China e EUA na Disputa pela Influência Econômica
A América Latina se tornou nos últimos anos uma área estratégica para a disputa entre as duas maiores potências econômicas do mundo. A China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil, superando os EUA em volume de exportações e investimentos em infraestrutura, energia e agronegócio.
Já os EUA buscam reforçar laços com governos da região através de acordos de segurança, tecnologia e cooperação militar, sobretudo em países que resistem à influência chinesa.
Especialistas avaliam que Trump tenta reviver uma lógica de Guerra Fria, em que as nações deveriam se posicionar em blocos ideológicos opostos, algo que não condiz com o mundo multipolar atual.
🧭 Especialistas Rejeitam “Escolha Forçada”
Analistas de relações internacionais ouvidos por veículos como a BBC e a Folha de S.Paulo classificaram a fala de Trump como "retrógrada e diplomática imprópria".
“Essa visão ignora a complexidade dos vínculos latino-americanos no século XXI. O Brasil tem laços comerciais com a China, mas também mantém cooperação em defesa, saúde e meio ambiente com os EUA. Reduzir isso a uma escolha binária é perigoso e irrealista”, afirma a professora Ana Lúcia Ferreira, da USP.
🗳️ Trump em Campanha
A declaração de Trump ocorre enquanto ele intensifica sua pré-campanha para as eleições presidenciais de 2024, em que busca retomar a Casa Branca. O discurso mais duro com países latino-americanos, sobretudo os que têm relações próximas com a China, parece mirar a base conservadora americana, crítica da globalização e da perda de influência dos EUA no mundo.
📌 Conclusão
A fala de Trump expõe novamente os desafios da geopolítica contemporânea: como países como o Brasil podem manter soberania e independência em um cenário global cada vez mais polarizado? A resposta brasileira parece clara: nem submissão, nem confronto — mas autonomia estratégica.
Fontes:
Declarações de Donald Trump
Assessoria de Imprensa de Donald Trump
Jornais e Agências de Notícias
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