Enquanto um enviado dos Estados Unidos se dirige a Moscou para tratar de um plano de paz para a Ucrânia, o jornalista e laureado com o Prêmio Nobel da Paz Dmitry Muratov lançou um alerta sobre a situação dos presos políticos na Rússia.
Muratov enfatiza que as negociações devem ir além de fronteiras, garantias de segurança, ativos congelados e potenciais investimentos entre EUA e Rússia, incluindo o destino de centenas de pessoas detidas sob leis de censura aprovadas após a invasão da Ucrânia em 2022. Essas leis tornaram crime “desacreditar” o Exército russo ou divulgar “informações deliberadamente falsas”.
Em uma carta aberta assinada por ele e outros 15 vencedores de prêmios Nobel, o grupo pede que a libertação ou troca de presos políticos faça parte de qualquer eventual acordo de paz. Segundo os signatários, mais de mil pessoas estão detidas por discordância ou crítica ao governo.
Muratov declarou que não entende “o que se passa na cabeça” de líderes como Vladimir Putin, mas insiste que “as pessoas estão morrendo nas prisões e precisam ser salvas”. Ele cita fotos de dissidentes antes e depois da prisão, mostrando envelhecimento acelerado e danos à saúde, como um lembrete urgente de que muitos podem não sobreviver se nada for feito.
Apesar da expectativa sobre o envio dos EUA ao Kremlin, o governo russo afirma que não comentará casos individuais e que os detidos são tratados de acordo com o sistema penal vigente.
O apelo de Muratov e dos demais laureados do Nobel defende que só haverá uma paz justa e duradoura se o respeito à dignidade humana — vida, liberdade e direitos fundamentais — for colocado no centro dos acordos.
Fontes: Reuters, Investing.com, Terra, The Straits Times, The Print
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