O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta uma das maiores crises de sua história. A fila de espera para a análise e concessão de benefícios atingiu a marca de 2,7 milhões de pedidos acumulados, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (22). Esse é o maior número desde 2019, quando foi implementado o sistema de análise automatizada.
Entre os pedidos pendentes estão aposentadorias por idade, invalidez, pensões por morte, auxílios-doença e Benefícios de Prestação Continuada (BPC). Em alguns casos, o tempo de espera já ultrapassa seis meses, mesmo com o prazo legal sendo de 45 dias.
Causas do acúmulo
Especialistas apontam diversos fatores para o crescimento da fila:
Falta de servidores: O número de funcionários do INSS caiu drasticamente nos últimos anos. Concursos públicos não foram suficientes para repor as aposentadorias e desligamentos.
Sistema digital ineficiente: Apesar dos avanços tecnológicos, o sistema automatizado ainda depende de análise humana em casos com inconsistências, o que aumenta a demora.
Aumento da demanda: A crise econômica e o envelhecimento da população elevaram significativamente o número de pedidos de benefícios.
Segundo o governo, cerca de 1,2 milhão de processos estão parados por falta de documentação adequada ou pendência de análise médica pericial.
Medidas emergenciais
O Ministério da Previdência Social informou que estuda medidas emergenciais para reduzir a fila, como a contratação temporária de peritos e analistas, ampliação do uso de inteligência artificial na triagem de processos e mutirões presenciais em regiões críticas.
“Estamos tratando essa situação como prioridade. Sabemos que há brasileiros dependendo desses benefícios para sobreviver”, afirmou o ministro Carlos Lupi.
Organizações de aposentados e sindicatos pressionam por ações mais rápidas, alertando para o sofrimento de pessoas que estão sem renda enquanto aguardam a concessão dos benefícios.
Impacto social
A fila no INSS afeta diretamente a vida de milhões de brasileiros, principalmente os mais pobres e idosos, que dependem do auxílio estatal como única fonte de renda. Além disso, a demora provoca acúmulo de retroativos, elevando os gastos do governo no médio prazo.
A Controladoria-Geral da União (CGU) já emitiu alertas sobre a necessidade de modernização do sistema e reforço nos recursos humanos do instituto.
Fontes:
Folha de S.Paulo. Fila do INSS bate recorde com 2,7 milhões de pedidos. Disponível em: folha.uol.com.br
Agência Brasil. Governo estuda medidas para reduzir fila de espera no INSS. Disponível em: agenciabrasil.ebc.com.br
G1. Pedidos de benefícios do INSS acumulam atrasos; veja o que está travando. Disponível em: g1.globo.com
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